Este blog reúne amigos de muitos lugares. Bem vindo amigo Nómada Leizael, grande arqueiro espanhol e dinamizador da nossa modalidade venatória!
Outro caçador com arco que não é (de passaporte) português é o Sid Ball; foi um dos responsáveis pela legalização da caça com arco em Portugal.
Regressou à Escócia, sua terra natal, e conseguiu realizar o seu sonho: hoje é dono da Border, para mim a melhor e mais inovadora marca de arcos tradicionais de caça do mundo. Desde que o Sid pegou na marca, e ajudado pelo filho Sid Jr., as inovações não pararam...
Fica aqui uma foto do nosso amigo Sid, duma caçada na Austrália.
E se querem ver arcos bons, sigam o link:
http://www.borderbows.com
É claro que se falamos de outros passaportes, não nos podíamos esquecer do Pedro Bilbao, presente no início da Caça com Arco no nosso país, companheiro de muitas aventuras e amigo desde sempre, hispano-canadiano- português, ou coisa que o valha...
Isto só prova que a nossa paixão não tem nacionalidade... Fica aqui um grande abraço aos três!
Caça com Arco Tradicional - Blog do primeiro núcleo de caça português - Clube de Caçadores da Costa da Caparica
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Saludos, hermanos portugueses, de un nómada español.
Para empezar, muchas gracias por vuestra amable invitación, que acepto encantado; para seguir, mis disculpas por no hablar vuestro idioma, aunque espero que podamos entendernos a base de buena voluntad.
Intentaré comentaros cómo se van desarrollando las cosas por aquí, además de colgar en este blog algunos de mis artículos y relatos, que espero sean de vuestro interés.
Mientras tanto, un abrazo y buena caza.
Leizael
Para empezar, muchas gracias por vuestra amable invitación, que acepto encantado; para seguir, mis disculpas por no hablar vuestro idioma, aunque espero que podamos entendernos a base de buena voluntad.
Intentaré comentaros cómo se van desarrollando las cosas por aquí, además de colgar en este blog algunos de mis artículos y relatos, que espero sean de vuestro interés.
Mientras tanto, un abrazo y buena caza.
Leizael
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Cada um usa o que quer, mas....
Isto na caça é como no
resto. Cada um tem as suas preferências, fundamentadas no que experimentou,
leu, ou ouviu da boca de qualquer “opinion maker”. E além do mais, há o coração
a falar, há um gosto que só é baseado no sentimento e não na cabeça.
Caçar com arco e besta tem
muito que se lhe diga, nesta matéria, mas é uma actividade venatória em
constante evolução, a sofrer uma terrível pressão por parte dum marketing
aguerrido... É preciso vender, vender, vender!
Aqui há uns anos atrás (e
bons...) privilegiava-se, na caça, uma flecha muito rápida, a implicar um peso
diminuto. Defendia-se a 100% que o que contava era a energia cinética, e sendo
assim, a velocidade desempenhava um papel fundamental na obtenção de maior
energia (entra na fórmula da Ec (Ke) ao quadrado!).
Eis a fórmula, preparada
para o sistema imperial: Ke=M x v2 / 450,240
E tínhamos, assim, o
melhor dos dois mundos: flecha rápida, grande energia, trajectória muito tensa.
Muito bem.
É um facto que este tipo
de “setup” ainda funciona; abateu muitos milhares de peças de caça, e na
competição é o melhor que há (até certo ponto, claro!).
Mas temos que pensar que
esta procura desenfreada pela velocidade complicou, até certo ponto, a caça com
arco, melhor ainda o acto de caçar com arco...Se não, vejamos:
Para os chamados arcos
modernos, os compound, tiveram que ser concebidas rampas específicas para estas
flechas super rápidas, aliadas a mecanismos de absorção da vibração e afinação
do “center shot” (muitas delas relativamente frágeis); foram criados
disparadores muito eficientes, ergonómicos e isentos de qualquer vibração (para
evitar o “finger pinch” e para que os dedos não influenciassem negativamente a
largada duma flecha, já por si demasiado instável); estes arcos, por sua vez,
sujeitos a stress elevadíssimo por dispararem projécteis leves, que não
absorviam a energia potencial do arco, foram obrigados a introduzir mecanismos
para ajudar a dissipação dessa energia extra, aumentando de peso físico e
necessitando de mais estabilização. E é claro, para obter mais energia,
subiu-se a potência, com a ajuda de let-offs de 70 ou 80%... Um ciclo vicioso.
Sendo assim, ainda aparecem
por aí conjuntos que são muito eficientes em provas, mas pouco práticos para a
caça real... principalmente para uma das modalidades que mais praticamos, a
espera nocturna aos javalis. Outros não. Há aí coisas muitíssimo equilibradas e
mais ajustadas à realidade da caça. Estou a falar de compounds, neste caso,
claro.
Noutra ocasião, noutra
altura, falarei disso...
Mas as coisas, no campo e
em termos de “balística” terminal, nem sempre funcionam bem com as flechas
muito leves. Pelo contrário, a tendência é funcionarem menos bem...
A teoria tem vindo a
mudar, ou melhor, a ajustar-se gradualmente àquilo que realmente o arqueiro
caçador necessita... e o comércio também!
Quase todas as marcas já
têm tubos de flechas com características adequadas para a caça maior, com pesos
que podem ir até aos 15 grains por polegada... ou até mais.
O ressurgimento cada vez mais
evidente da caça com arco tradicional e práticas inerentes foi em parte
responsável por esta situação; o outro protagonista desta mudança foi o Dr.
Ashby, que “ressuscitou” ou antes, relembrou, a velha teoria de que o mais
importante era o “momentum” da flecha, em detrimento da sua energia cinética.
Facto indiscutível, este
do momentum, que nos traz ainda mais coisas em que pensar.
Com efeito, o valor do
“momentum” obtém-se multiplicando a velocidade (v) pela massa (m)...o que dá
menos importância a esta última e mais ao peso (massa) da flecha, comparando
com a fórmula da energia cinética.
O momentum (P) não é nada
mais que a medida do movimento dum corpo, ou seja o ímpeto do seu movimento.
P = M x V
Mas o Dr. Ashby não ficou
por aqui, e estudou muitas coisas relacionadas com o nosso projéctil, e a sua
eficiência letal: a flecha para todos os efeitos é, e sempre será, a parte
fundamental do conjunto.
A coisa pegou, e já há
muita gente a trabalhar nesta área, e a chegar a conclusões interessantíssimas,
muitas delas viradas para o tiro ao alvo, outras a aplicar na caça, que é o que
me leva a escrever estas linhas.
E isto vem a propósito dum
artigo que me foi indicado no Facebook e no grupo do Tiro com Arco, há poucos dias,
que quase parece a antítese do que era defendido há uns anos atrás.
Nesse tal artigo,
apareciam declarações de caçadores e caçadoras que usam arcos tradicionais de
relativamente baixa potência, mas que obtêm resultados muito interessantes na
caça, ao usar nesses arcos flechas de grande peso.
Ao lermos essas
declarações, temos que ter noção de que as mesmas são feitas por pessoas
experientes, que caçam de determinada forma, que atiram sempre a curtas
distâncias...mas que de qualquer forma, sabem perfeitamente aquilo que estão a fazer,
e a dizer!
E somos tentados,
obviamente, a pensar: Mas espera aí, porque é que eu estou aqui a matar-me a
abrir arcos potentíssimos, quando tal não é obrigatoriamente necessário?
Basta uma flecha pesada...
Vamos lá a ver; a tentação
é grande e há factos que são conhecidos de todos, que convém ponderar:
- Uma flecha pesada absorve melhor a energia
transmitida pelo arco. A energia libertada pela movimentação das palhetas
não se dispersa tanto em vibrações, o valor da histerese estática, que tem
a ver com o atrito, é proporcionalmente menor (já o é num arco
tradicional, que não perde energia nas roldanas e sua movimentação)
- Em segundo lugar, temos que ter em conta a
densidade seccional do projéctil. Quanto maior for essa densidade, maior
penetração, e maior estabilidade no voo... e para o mesmo comprimento, a
flecha com mais peso terá uma maior densidade seccional. Este é mais um
factor que faz com que as flechas mais pesadas tenham um “rendimento”
superior ao das flechas mais leves...
- Arcos mais fracos? Um arco mais fraco, em
termos de potência, não significa que não produza um disparo com um
“momentum” adequado, para a penetração mínima necessária. Há mínimos,
claro... e o caçador tem que experimentar antes de ir caçar. De notar que
um recurvo ou longbow transmitem proporcionalmente melhor a sua
energia a uma flecha pesada, do que um compound.
- E então
a trajectória? Pois é, uma flecha mais pesada, disparada por um arco “mais
fraco” terá sempre uma trajectória mais pobre, menos tensa. E até que
ponto é que isso pode influenciar as nossas caçadas? É evidente que
queremos ter sempre uma boa trajectória. Mas às distâncias que estes
arqueiros tradicionais atiram, as diferenças no ponto de impacto derivadas
do uso dos projécteis mais pesados e de arcos com menos potência não são
tão importantes como isso. Mas a penetração aumenta muito!
- Poderemos melhorar o voo da flecha,
nomeadamente na estabilidade, usando o peso? Podemos. Pondo o peso mais à
frente...Com um FOC mais elevado, que indirectamente resulta em maior
penetração. Uma flecha estável e a voar direita em todo o seu trajecto
penetra mais.
E como não há nada melhor
do que ver para crer, fui buscar uma das minhas flechas de caça Goldtip
Traditional; escolhi uma pesando um total de 500 grains, e aumentei-lhe o peso,
(e a densidade seccional, claro) duma maneira o mais homogénea possível, sem
prejudicar o FOC em demasia. A solução foi simples; enchi-a de água!
O peso ficou em quase 710
grains, e atirada pelo mesmo arco, o meu Border, (por muita gente considerado
com relativamente pouca força, com 58”@ 27” , puxo 26” ), esta flecha penetrou muito mais, a 12 metros e sem
alterações notáveis no voo: qualquer coisa como mais de 30% num alvo
homogéneo...Mais de um palmo! Tenho que confessar, contudo, que durante o voo
(e provavelmente no impacto), a flecha perdeu alguma da água do tubo, talvez
pelo insert e rosca da ponta, bem como pelo nock (ficou solto). Repeti a
experiência, e o resultado foi idêntico.
Um exemplo simples: é como
comparar o impacto duma garrafa cheia de água com o de uma vazia! A garrafa
cheia tem muito mais “momentum”, mais ímpeto, mesmo saindo da mão do atirador
com um pouco menos de velocidade.
Para já, este teste que
fiz é uma comparação radical, em relação a outros testes no passado, em que
defini o peso que iria ter nas minhas flechas por sucessivas comparações de voo
e penetração; vou experimentar da próxima vez com um pouco menos de peso,
introduzindo um tubo de plástico no interior da flecha; quero atingir cerca de 620
grains. Bricolages, porque será mais simples comprar os tubos do Byron
Ferguson...
Bom, mas tendo então em
conta que a penetração depende muito do peso da flecha (penetração essa que
seria o único constrangimento no uso de arcos menos fortes), e que se consegue
num recurvo resultados surpreendentes nessa matéria, como nos contam e como verifiquei,
não vejo grande problema em se escolherem potências de tiro mais “confortáveis”,
dentro dum mínimo razoável. Essa vertente, o à vontade no tiro, o
conforto/facilidade a armar o arco, faz com que sejamos mais precisos... “Overbowed”,
como os americanos dizem, é o pior que há para a precisão, seja com que arco
for.
Depois, é só escolher a
ponta ideal, de 2 lâminas e bem afiada, pesada q.b. para manter um FOC elevado,
afinar as flechas e o arco, e estar consciente que a caça com arco implica
proximidade: neste caso, os tiros perto serão ainda mais obrigatórios.
Mas é assim mesmo, e mantém-se
o que já é lugar comum, no caso dos recurvos e longbows sejam eles fracos ou
fortes, recomenda-se muito treino, mesmo a atirar a distâncias curtas.
Por outro lado, o atirador de compound que usa
potências mais elevadas e que não gosta de estar tão perto no lance, não terá
necessidade de chegar a extremos de peso na flecha. Sem descer demasiado na
massa, procurará um projéctil que lhe proporcione uma trajectória mais adequada
à distância a que habitualmente atira.
E acabo como comecei: Cada
um caça com o que quer...mas às vezes há soluções mais cómodas e tão eficazes
como outras, bem à mão de semear.
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Este blog é dedicado à Caça com Arcos Tradicionais, e a todos aqueles que usam o arco e a flecha no acto venatório de uma forma consciente e conservacionista. A procura do troféu perfeito não é, para nós, um fim, mas antes um meio de viver a Natureza duma forma mais intensa.
Não somos contra o uso de arcos mecânicos ou bestas; optámos desde o início por escolher o recurvo ou o longbow como arma favorita. Também somos defensores do uso das armas de fogo na caça, desde que esse mesmo uso se faça no respeito pela Lei e pela Moral.
Criámos este espaço como ponto de encontro dos nossos actuais amigos caçadores, mas também para nos lembrarmos que fomos nós que em Portugal tudo começámos, em 1976.
Daí o nome do nosso blog: Primum Sagitta - As primeiras flechas
O grupo original, era composto por:
João Boavida
João Alves de Sousa (Janeca)
Pedro Bilbao
Pedro Pissarra
Ana Vaz
João Alvo
Mais tarde, juntaram-se a nós o Bugalho Neves, o Rui Branco, o Victor Duarte...Criou-se o Clube de Caçadores da Costa da Caparica:
E as coisas crescem; temos connosco o João Megre Pires, o Manuel de Bragança, o António Cunha, o Pedro Daun e Lorena, o Nuno Rosado... e seremos mais, de certeza.
Para entrar no grupo não é preciso ser-se grande caçador,ou atirador exímio... É só necessário partilhar os princípios que todos seguimos.
Não somos contra o uso de arcos mecânicos ou bestas; optámos desde o início por escolher o recurvo ou o longbow como arma favorita. Também somos defensores do uso das armas de fogo na caça, desde que esse mesmo uso se faça no respeito pela Lei e pela Moral.
Criámos este espaço como ponto de encontro dos nossos actuais amigos caçadores, mas também para nos lembrarmos que fomos nós que em Portugal tudo começámos, em 1976.
Daí o nome do nosso blog: Primum Sagitta - As primeiras flechas
O grupo original, era composto por:
João Boavida
João Alves de Sousa (Janeca)
Pedro Bilbao
Pedro Pissarra
Ana Vaz
João Alvo
Mais tarde, juntaram-se a nós o Bugalho Neves, o Rui Branco, o Victor Duarte...Criou-se o Clube de Caçadores da Costa da Caparica:
E as coisas crescem; temos connosco o João Megre Pires, o Manuel de Bragança, o António Cunha, o Pedro Daun e Lorena, o Nuno Rosado... e seremos mais, de certeza.
Para entrar no grupo não é preciso ser-se grande caçador,ou atirador exímio... É só necessário partilhar os princípios que todos seguimos.
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